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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pealo da Saudade


A declamação se faz presente em minha vida desde os meus seis anos. Meu pai foi quem me ensinou os primeiros versos de uma poesia chamada "Pealo da saudade", a qual me recordo muito bem inclusive da minha primeira apresentação no palco do CTG Rodeio Minuano, Caxias do Sul, onde meu primo comemorava seus 18 anos em uma festa bem gaúcha. Após essa apresentação comecei a participar do CTG, e, aos poucos, fui decorando outros poemas, me apresentando, concorrendo em rodeios até que veio o primeiro troféu, de segundo lugar, mas que pra mim parecia ser de primeiro, tamanha a felicidade que senti. Participei deste e de muitos outros rodeios, participei do Cd Projeto Memória Viva do Galpão (poemas infantis interpretados por crianças) do poeta Lauro Teodoro. Encontrei muitas pessoas nesse caminho e fiz muitas amizades.
Foi assim que iniciou essa minha paixão pela arte declamatória, hoje não participo ativamente dos concursos de declamação, motivos? A falta de tempo e a vida adulta imperando suas obrigatoriedades. Mas não coloquei um ponto final nessa história, tenho muita vontade de voltar aos palcos simplesmente pelo prazer de declamar. Mantenho vivo esse sentimento que tenho por essa arte. A declamação vai muito além de interpretar um poema. Viver a história que o declamador conta, e o mais importante, levar todos os que o escutam/assistem pra dentro dessa história, fazê-los ver essa mesma história que o declamador vê quando interpreta, fazê-los crer, em cada palavra que o declamador diz e por consequência, fazê-los sentir toda a emoção que o declamador sente. Isso sim é declamar, é viver a poesia, é ver o que se fala, é se incluir em cada verso.
Algo que apenas quem vive esse momento entende essa fortaleza de sentimentos que transborda a medida que o poeta escreve as suas emoções através de versos e estrofes e o declamador da vida ao poema através da sua sensível interpretação. É, acho que esse blog vai servir para eu matar a saudade dessa fase tão incrível que vivenciei através da declamção que me fez: "Prenda Farroupilha" e " Prenda Gaúcha"; me fez entender cada Maria, através do poema "Das Marias que ficaram", como também sobre o "Faustino Tropeiro"; "Ofício de Mulher" foi um presente muito bem vindo, me fez ver/sentir a força e a sensibilidade da mulher gaúcha; "Romance da Mulatinha" tão triste e tão forte, me fez crescer na declamação assim como os medos que o "Aqui estou Senhor Inverno" me fizeram enfrentar, e, por último,"Um certo tropeiro Lua Nova" que enche meu coração de saudades e, por isso, dispensa comentários.
Aqui vocês encontrarão, caros leitores e apreciadores da arte
declamatória, um pouquinho desse universo que encanta e contagia a todos. É, o Pealo da Saudade está de volta em minha vida, ou melhor, sempre esteve, talvez eu é quem não tenha percebido.

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